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20090926

Questão de pele


Tem o contato físico (carícia, abraço, beijo),
tem a fome de contato físico (de um, do outro),
tem a vibração (de um , do outro),
e ainda tem (sobrando)
o filminho que rola na cabeça dos envolvidos,
que os tira da presença no agora
e que costuma fazer com que contato físico tenha de ser um filmão,
e faz o sexo se tornar uma masturbação:
um se masturbando dentro do outro.

Tem lugar mais sensível na pele que arrepia,
(lembrando que se o arrepio for parente da cócega,
significa resistência em ser tocado)
independente da `especialidade' da pessoa que faz carinho,
que depende mais da sensibilidade de quem está recebendo
(treino em receber carícia=contato pele na pele,
quantidade de sensores táteis no local do corpo,
confiança e intimidade com quem acaricia,
a fome de contato físico e claro,
onde é que estacionou o cabeção.
Ah, tem também o local geográfico do encontro.)
do que do poderio de quem está fazendo.

Em tudo, tem que se prestar atenção;
prestando atenção estamos presentes, estamos agora.

Convívio acariciado não é igual hoje nem com a `mesma' pessoa 'de ontem',
pois um e outro viveram mais um dia e se prestam atenção,
tem noção de que se modificaram.
(que ter consciência parece ser só para os raros).

A dita `monotonia' é amiguinha da `pegada', da `química':
uma pessoa fica esperando a prestidigitação da outra...
e o contato (a `pegada', a `química') fica `sofisticado'
(sofisticado tem a mesma raiz de sofisma...)